terça-feira, 20 de abril de 2010

Oito pequenas e negras histórias

Fotos: Augusto Baptista in A Escola da Noite weblog ( montagem)

A encenação respeita o ritmo cinematográfico e o relato vibrante de Rubem Fonseca. A cadência narrativa, rendida à concisão e brutalidade vocabular, tudo faz para que os finais continuem a revelar a surpreendente emoção reles que habita as criaturas sublimes e irracionais que são os humanos (*).
Extraídos de Ela e outras mulheres, Pequenas criaturas e Secreções, Excreções e Desatinos, oito textos crueis revelam violência, vingança, um ego despudorado, um ostensivo imaginário masculino, alguns clichés e, também, pequeníssimas notas de lirismo que emergem sob a forma de culpa triste...
A redenção, em jeito de final salvífico-carnal, está na escolha do texto que encerra o espectáculo. Afinal, a esperança não pode desaparecer do palco...
Ah... isto a propósito de 1.José, a primeira das sessões da Trilogia de José Rubem Fonseca, levada à cena pela Escola da Noite e Companhia de Teatro de Braga, em Coimbra, na semana passada.

(*) Outras formulações possíveis: a emoção irracional que habita as criaturas reles que são os humanos; a emoção irracional e reles que habita as criaturas sublimes que são os humanos.

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