sexta-feira, 20 de julho de 2012

Um país com falta de educação!

terça-feira, 17 de julho de 2012

sexta-feira, 6 de julho de 2012

domingo, 1 de julho de 2012

Demasiado humano

Figueira da Foz, 2012
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A minha solidão
Não é uma invenção
Para enfeitar noites estreladas…
..
… Mas este querer arrancar a própria sombra do chão
E ir com ela pelas ruas de mãos dadas.
..
… Mas este sufocar entre coisas mortas
E pedras de frio
Onde nem sequer há portas
Para o Calafrio.
..
… Mas este rir-me de repente
No poço das noites amarelas…
- única chama consciente
Com boca das estrelas
..
.… Mas este eterno Só-Um
(mesmo quando me queima a pele o teu suor)
- sem carne em comum
Com o mundo em redor.
..
… Mas este haver entre mim e a vida
Sempre uma sombra que me impede
De gozar na boca ressequida
O sabor da própria sede.
..
… Mas este sonho indeciso
De querer salvar o mundo
- e descobrir afinal que não piso
O mesmo chão do pobre e do vagabundo.
..
… Mas este saber que tudo me repele
No vento vestido de areia…
E até, quando a toco, a própria pele
Me parece alheia.
..
Não. A minha solidão
Não é uma invenção
Para enfeitar o céu estrelado…
..
… mas este deitar-me de súbito a chorar no chão
E agarrar a terra para sentir um Corpo Vivo a meu lado.
..
José Gomes Ferreira