quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

À minha filha

...
Quando as folhas da melancolia arrefecem com astros
ao lado do espaço
e o coração é uma semente inventada
em seu escuro fundo e em seu turbilhão de um dia,
tu arrebatas os caminhos da minha solidão
como se toda a casa ardesse pousada na noite.
— E então não sei o que dizer
junto à taça de pedra do teu tão jovem silêncio.
Quando as crianças acordam nas luas espantadas
que às vezes se despenham no meio do tempo
— não sei como dizer-te que a pureza,
dentro de mim, te procura.

Durante a primavera inteira aprendo
os trevos, a água sobrenatural, o leve e abstracto
correr do espaço —
e penso que vou dizer algo cheio de razão,
mas quando a sombra cai da curva sôfrega
dos meus lábios, sinto que me faltam
um girassol, uma pedra, uma ave — qualquer
coisa extraordinária.
Porque não sei como dizer-te sem milagres
que dentro de mim é o sol, o fruto,
a criança, a água, o deus, o leite, a mãe,
o amor,

que te procuram.


Herberto Helder, Tríptico

domingo, 25 de dezembro de 2011

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

domingo, 11 de dezembro de 2011

sábado, 10 de dezembro de 2011

O que se lê por aí...

Hoje roubaram-me esta frase: "Amante é das palavras mais bonitas que existem na língua portuguesa."

Fim de tarde

Alqueva, 2011

domingo, 4 de dezembro de 2011

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Talento

Coimbra, 2011