terça-feira, 27 de novembro de 2012

Declaração

Percorro o Jardim Botânico, neste dia frio de outono, e interrogo-me sobre a razão pela qual não passo aí a manhã, em vez de ir à repartição de finanças.
Subitamente, apercebo-me que essa pergunta resume toda uma vida!

terça-feira, 13 de novembro de 2012

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Também se enredava o Outono
nos pulmões das casas. E guardava-se o veneno
nas arcas,
a roupa onde se trava o brilho.

Herberto Helder, Cobra

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

domingo, 2 de setembro de 2012

Hopper

Madrid, 2012

sábado, 1 de setembro de 2012

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Estar

Tavira, 2012

sábado, 18 de agosto de 2012

Outras monotonias

Figueira da Foz, 2012

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

terça-feira, 7 de agosto de 2012

domingo, 5 de agosto de 2012

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Um país com falta de educação!

terça-feira, 17 de julho de 2012

sexta-feira, 6 de julho de 2012

domingo, 1 de julho de 2012

Demasiado humano

Figueira da Foz, 2012
,,,,
A minha solidão
Não é uma invenção
Para enfeitar noites estreladas…
..
… Mas este querer arrancar a própria sombra do chão
E ir com ela pelas ruas de mãos dadas.
..
… Mas este sufocar entre coisas mortas
E pedras de frio
Onde nem sequer há portas
Para o Calafrio.
..
… Mas este rir-me de repente
No poço das noites amarelas…
- única chama consciente
Com boca das estrelas
..
.… Mas este eterno Só-Um
(mesmo quando me queima a pele o teu suor)
- sem carne em comum
Com o mundo em redor.
..
… Mas este haver entre mim e a vida
Sempre uma sombra que me impede
De gozar na boca ressequida
O sabor da própria sede.
..
… Mas este sonho indeciso
De querer salvar o mundo
- e descobrir afinal que não piso
O mesmo chão do pobre e do vagabundo.
..
… Mas este saber que tudo me repele
No vento vestido de areia…
E até, quando a toco, a própria pele
Me parece alheia.
..
Não. A minha solidão
Não é uma invenção
Para enfeitar o céu estrelado…
..
… mas este deitar-me de súbito a chorar no chão
E agarrar a terra para sentir um Corpo Vivo a meu lado.
..
José Gomes Ferreira

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Chagas ... no Botânico

Coimbra, 2012
Quando plantada junto das abóboras, protege-as dos escaravelhos, perto dos bróculos e das pereiras ajuda a afastar os afídeos, é também benéfica para as batateiras, couves e rabanetes, quando plantada nas estufas funciona como repelente de moscas. Para além de ser uma planta ornamental, é também uma planta medicinal de grande utilidade. Poderá ser utilizada ainda na culinária: as suas flores são comestíveis, assim como as folhas e sementes.Têm um sabor um pouco apimentado, semelhante ao agrião. Combinam muito bem com salada fria de batata e queijo branco com cebolhinho, oregãos, hortelã, tomilho ou alecrim. As sementes colhidas ainda jovens e tenras e colocadas a macerar em vinagre constituem um excelente picle, semelhante às alcaparras.

Cal

É um lugar ao sul, um lugar onde
a cal
amotinada desafia o olhar.

Onde viveste. Onde às vezes no sono
vives ainda. O nome prenhe de água
escorre-te da boca.

Por caminhos de cabras descias
à praia, o mar batia
naquelas pedras, naquelas sílabas.

Os olhos perdiam-se afogados
no clarão
do último ou do primeiro dia.

Era a perfeição.


Eugénio de Andrade, Branco no Branco

Branco no branco

Cacela Velha, 2011

quarta-feira, 27 de junho de 2012

All of life is a foreign country.

Jack Kerouac, On the road

Bom dia, mundo!



quarta-feira, 20 de junho de 2012

Outro

Ainda bem que sempre existe outro dia.E outros sonhos.E outros risos. E
outras pessoas.E outras coisas.

Clarice Lispector

terça-feira, 19 de junho de 2012

O Grande Azul

...bebendo apenas os mínimos da sobrevivência, confinada pelas obrigações aos gestos banais, és nas imagens e nas palavras, quotidiano e inesquecível no segmento de vida a que chamo a resistência através do azul.

domingo, 10 de junho de 2012

Calendulas do Botânico

Coimbra, 2012



Calendula: Cicatrizante, sedativa, antiespasmódica, anti-alérgica, combate úlceras, anemia, feridas, dor de garganta, inflamações, icterícia...

segunda-feira, 21 de maio de 2012

domingo, 20 de maio de 2012

Miranda do Douro, 2012

quarta-feira, 16 de maio de 2012

segunda-feira, 14 de maio de 2012

segunda-feira, 7 de maio de 2012

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Com que arte de poeta se poderá habitar nesta Terra assim dominada, onde a salvaguarda do Ser, do Homem e da Verdade, parece não ser mais possível?

Heidegger

domingo, 29 de abril de 2012

Poesia Sufi

One day the sun admitted,
I am just a shadow.
I wish I could show you
The Infinite Incandescence
That has cast my brilliant image!

I wish I could show you,
When you are lonely or in darkness,
The astonishing Light
Of your own Being!
Hafiz

sexta-feira, 20 de abril de 2012

domingo, 15 de abril de 2012

Sentia-me contente por não estar apaixonado, por não estar contente com o mundo. Gosto de estar em desacordo com tudo. As pessoas apaixonadas tornam-se muitas vezes susceptíveis, perigosas. Perdem o sentido da realidade. Perdem o sentido de humor. Tornam-se nervosas, psicóticas, chatas. Tornam-se, mesmo, assassinas.

Charles Bukowski

terça-feira, 10 de abril de 2012

O mundo é um livro. Aqueles que não viajam leem somente uma página.

Santo Agostinho

quinta-feira, 5 de abril de 2012

terça-feira, 3 de abril de 2012

Contra o indizível

Nenhuma realidade nos é dada fora da palavra que a nomeia.

Eduardo Lourenço

terça-feira, 20 de março de 2012

Quebrar O silêncio em dia de poesia

Adiro a uma nova terra adiro a um novo corpo
As palavras identificam-se com o asfalto negro
o tropel das nuvens
a espessura azul das árvores acesas pelos faróis
o rumor verde
As palavras saem de um ferida exangue
de teclas de metal fresco
de caminhos e sombras
da vertigem de ser só um deserto
de armas de gume branco
Há palavras carregadas de noite e de ombros surdos
e há palavras como giestas vivas
Matrizes primordiais matéria habitada
forma indizível num rectângulo de argila
quem alimenta este silêncio senão o gosto de
colocar pedra sobre pedra até á oblíqua exactidão?
As palavras vêm de lugares fragmentários
de uma disseminação de iniciais
de magmas respirados
de odor de gérmen de olhos
As palavras podem formar uma escrita nativa
de corpos claros
Que são as palavras?Imprecisas armas
em praias concêntricas
torres de sílex e de cal
aves insólitas
As palavras são travessias brancas faces
giratórias
elas permitem a ascensão das formas
elevam-se estrato após estrato
ou voam em diagonal
até à cúpula diáfana
As palavras são por vezes um clarão no dia calcinado
Que enfrentam as palavras?O espelho
da noite a sua impossível

elipse
Saem da noite despedaçadas feridas
e são signos do acaso pedras de sol e sal
a da sua língua nascem estrelas trituradas.


António Ramos Rosa, As palavras



sexta-feira, 16 de março de 2012

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

My wallquotes

Some people never go crazy. What truly horrible lives they must lead.

Charles Bukowski

domingo, 1 de janeiro de 2012

Votos para um novo ano

É preciso dizer rosa em vez de dizer ideia
é preciso dizer azul em vez de dizer pantera
é preciso dizer febre em vez de dizer inocência
é preciso dizer o mundo em vez de dizer um homem

É preciso dizer candelabro em vez de dizer arcano
é preciso dizer Para Sempre em vez de dizer Agora
é preciso dizer O Dia em vez de dizer Um Ano
é preciso dizer Maria em vez de dizer aurora

Mário Cesariny, É preciso dizer rosa em vez de dizer ideia