quinta-feira, 28 de junho de 2012

Cal

É um lugar ao sul, um lugar onde
a cal
amotinada desafia o olhar.

Onde viveste. Onde às vezes no sono
vives ainda. O nome prenhe de água
escorre-te da boca.

Por caminhos de cabras descias
à praia, o mar batia
naquelas pedras, naquelas sílabas.

Os olhos perdiam-se afogados
no clarão
do último ou do primeiro dia.

Era a perfeição.


Eugénio de Andrade, Branco no Branco

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