(...)
imagina que as pessoas são
animais marinhos que aprenderam a
demorar ao sol
depois sente também o sol, percebe como
se pode mergulhar na luz, e depois imagina
que essa luz é a mesma do passado
e traz do passado todos quantos
se guardam na memória, e depois
percebe como a memória é a
presença de todo o tempo que já
foi, percebe que lembrar é um sol
que não tem dia e nem se apaga, percebe
que lembrar é a ressurreição de cada
um, percebe que lembrar é a verdadeira
história, e depois mergulha mais
fundo na luz, talvez vejas um peixe
passar, estás a nadar,estás a nadar, és
também água, és um animal
marinho
valter hugo mãe, caxinas setenta e sete
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