segunda-feira, 19 de julho de 2010

A imperfeição refina o detalhe

No entardecer dos dias de Verão, às vezes,
Ainda que não haja brisa nenhuma, parece
Que passa, um momento, uma leve brisa...
Mas as árvores permanecem imóveis
Em todas as folhas das suas folhas
E os nossos sentidos tiveram uma ilusão,
Tiveram a ilusão do que lhes agradaria...


Mas graças a Deus que há imperfeição no mundo

porque a imperfeição é uma cousa
(...)
Se não houvesse imperfeição, havia uma cousa a menos,
E deve haver muita cousa
Para termos muito que ver e ouvir...



Alberto Caeiro

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