Às vezes passam-se horas que parecem ser eternas, outras vezes são os dias que se engolem de um só trago. E assim se vai vivendo entre a certeza e o risco, em equilíbrio imperfeito sobre um fio de prata finíssimo, quais bailarinas que seguem malabaristas, trapezistas, acrobatas…
Bordam-se margens de angústia, atafulham-se os armários com passados imperfeitos e nos jardins movediços semeiam-se sonhos, deslumbres…
De Sericaia, de manhãs nebulosas, dos filósofos de desejos amansados, dos Munchs desesperados, de ousadias gritadas, e também de cobardias, se urdem dias rendados que se usam disfarçados, sob golas de casacos iguais aos de toda a gente.
Atiramos pedras ao charco. Atingimos um amigo. Choramos perdas e danos. Rendemo-nos a um destino.
E também... numa humana simetria, com direito a regra de ouro, Sherazades face a face, dedilham histórias e histórias feitas de respostas fatais a perguntas graciosas.
Isto é o que fazemos na vida, essa mesma bem vivída, errante mas não errada.
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